Vinícolas em Tarija: descubra o enoturismo boliviano entre vales, história e bons rótulos

Pode não parecer, mas no sul da Bolívia existe uma região que vem surpreendendo com vinhos de excelente qualidade.

As vinícolas em Tarija estão localizadas entre 1.800 e 2.100 metros de altitude, com um clima ideal para o cultivo das uvas.

É por isso que a cidade se tornou o principal destino enoturístico do país e também o lar dos famosos vinhos de altitude, que reúnem frescor, potência e identidade.

E claro que eu conto aqui onde ir, o que provar e como organizar sua visita para aproveitar tudo isso da melhor forma.

Por que visitar vinícolas em Tarija?

u poderia listar vários motivos para te incentivar a conhecer Tarija, mas vou me limitar a quatro: preço, qualidade, clima e altitude.

Ficou na dúvida? Explico melhor:

1- É barato viajar para Tarija

Apesar da excelente qualidade dos vinhos, a Bolívia ainda carrega muitos preconceitos e é muitas vezes associada apenas à pobreza.

Isso faz com que o turismo por lá ainda seja pouco valorizado, o que, para o viajante, significa preços muito mais acessíveis.

O real é mais valorizado que a moeda boliviana, então o custo para visitar as vinícolas em Tarija acaba sendo um dos mais baratos do mundo.

Dá para fazer degustações completas por valores que não pagamos nem uma taça em uma vinícola nem muito famosa em Mendoza.

2- O clima da região cria vinhos únicos no mundo

Tarija é uma das regiões vitivinícolas mais altas do planeta, com vinhedos entre 1.800 e 2.100 metros de altitude.

O clima é um dos grandes diferenciais: dias quentes, noites frias.

Esse contraste térmico faz com que as uvas amadureçam mais devagar, desenvolvendo mais aroma, cor e complexidade.

O resultado são vinhos com muita personalidade, equilibrados e com aquela pegada elegante que nem sempre é fácil de encontrar por aí.

Se você já visitou Salta, na Argentina, sabe que o enoturismo lá também está em alta graças ao clima de altitude.

Tarija está geograficamente próxima e compartilha características semelhantes, mas com preços muito mais acessíveis.

Um ótimo exemplo é provar o mesmo tipo de uva (como o Torrontés) em ambas as regiões e sentir as sutis diferenças no aroma e no frescor.

As principais uvas da região são Tannat e Syrah para os tintos, e Moscatel de Alexandria e Torrontés para os brancos, que costumam ser aromáticos e bem refrescantes.

3- Singani, o destilado mais importante para os bolivianos

Não dá pra falar de Tarija sem mencionar o Singani, um destilado feito a partir da uva Moscatel de Alexandria, que é símbolo nacional e motivo de orgulho para os bolivianos.

Ele é tão importante por lá quanto a tequila é para o México.

Pessoalmente, eu não curti muito. Achei com gosto forte de álcool puro, mas talvez tenha sido a marca que experimentei.

Alguns seguidores disseram que experimentei a errada, então fica a dica: vale provar o Singani em uma boa destilaria para tirar suas próprias conclusões.

Se tiver curiosidade, inclua no roteiro uma visita a pelo menos uma delas. É uma experiência cultural interessante e completamente diferente dos vinhos.

Como você já vai tá em Tarija, não custa nada incluir no seu roteiro.

4 – As vinícolas estão investindo nas experiências 

A cada ano, as vinícolas de Tarija estão mais preparadas para receber turistas.

As degustações estão mais organizadas, os espaços mais bonitos, e os roteiros mais bem pensados.

Se você já foi a Mendoza, na Argentina, vai perceber que lá o nível de serviço é altíssimo, mas também bem mais caro.

Em Tarija, as experiências ainda são mais simples, porém acolhedoras, autênticas e com excelente custo-benefício.

Cada região tem sua particularidade, então a ideia aqui não é comparar, e sim mostrar que Tarija surpreende.

Você vai encontrar bons vinhos, uma gastronomia local deliciosa e um clima super agradável para aproveitar sem pressa.

Tarija: onde nascem os vinhos de altitude mais surpreendentes da Bolívia

Eu poderia dizer que essas são as melhores vinícolas em Tarija para visitar, mas prefiro chamar de principais.

Isso porque a cidade tem uma rota bem estruturada que pode (e deve) ser explorada sem pressa.

A maioria das bodegas fica na região do Vale de La Concepción, a cerca de 20 a 30 minutos do centro de Tarija.

Isso facilita para combinar vários passeios pelas vinícolas, restaurante e combinar com paisagens da região.

Bodega Aranjuez

Uma das vinícolas mais renomadas do país, fundada em 1976 pela família Castellanos.

Foi também uma das primeiras a apostar forte na uva Tannat, que hoje é símbolo da região.

Além dos rótulos da linha Duo, Juan Cruz e os varietais encorpados, a vinícola oferece experiências guiadas com degustação harmonizada.

Dica pessoal: prove o Duo Tinto ou o Juan Cruz Tannat, são ótimos para levar pra casa (eu tenho 3 aqui  que trouxe de Santa Cruz de la Sierra).

Obs: Tinha porque já tomei todos.

Atualmente, eles oferecem experiências VIP e Premium com tour pela bodega, aula sobre vinificação e degustação completa.

É preciso agendar sua visita com antecedência e conferir quais experiências estão disponíveis, pois podem mudar.

Se quiser se aprofundar ainda mais, recomendo acessar o site oficial da Bodega Aranjuez.

Campos de Solana

Moderna e inovadora, pertence à família Granier (que produz vinhos há quatro gerações).

A vinícola nasceu em 2001 como um projeto de vinhos finos e hoje está entre as mais premiadas da Bolívia.

É famosa por seus tintos da linha Bi-Varietal (como Malbec-Cabernet Sauvignon e Merlot-Syrah) e pelo icônico Único Tannat, que já recebeu pontuações acima de 90 em avaliações internacionais.

A visita impressiona pela vista dos vinhedos e pela sala de barricas. As degustações são bem estruturadas e apresentam rótulos de alta gama.

A visita precisa ser agendada e eles oferecem diferentes tipos de pacotes. Vale consultar as opções diretamente no site oficial da Campos de Solana.

Casa Real Singani

Essa é a maior destilaria de Singani da Bolívia e faz parte da rota do vinho em Tarija.

Fica na região de Santa Ana, a cerca de 18 km da cidade, e pertence também à família Granier (desde 1925).

É aqui que é produzido o Singani mais famoso do país.

A visita guiada mostra todo o processo de destilação desse destilado tipicamente boliviano, uma espécie de “conhaque de uva”.

No fim, rola uma degustação do Singani puro ou em drinks.

Mesmo que sua viagem esteja focada nos vinhos, vale conhecer o Singani para entender essa parte tão importante da cultura local.

Se quiser agendar uma visita, entre em contato pelo site oficial da Casa Real Singani.

Bodegas Kohlberg

Fundada em 1963 por Julio Kohlberg Chavarría, é uma das vinícolas mais antigas e tradicionais de Tarija.

Muita gente conhece esse nome porque os vinhos Kohlberg já chegaram até algumas adegas no Brasil.

A vinícola fica na Hacienda Don Julio, a cerca de 1.900 metros de altitude, e abriga vinhas com mais de 50 anos. O tour passa pelos vinhedos históricos e pela charmosa sala de degustação.

Os vinhos vão do Syrah Don Julio, produzido com uvas de vinhedos antigos, até rótulos jovens, todos com a assinatura de quem ajudou a construir a viticultura boliviana.

Curiosidade: A Hacienda Don Julio também realiza eventos como a festa da colheita (“Último Racimo”), já que abriu suas portas ao público recentemente, após mais de 60 anos de história.

Para saber mais sobre a vinícola, sua história e suas visitas recomendo acessar o site oficial da Bodega Kohlberg.

La Casa Vieja

Localizada no Vale da Concepción, a 25 km de Tarija, é uma bodega artesanal centenária.

A casa colonial onde ela funciona tem mais de 400 anos e conserva uma produção familiar com métodos tradicionais.

Coloquei ela aqui porque, mesmo sendo mais rústica, oferece uma das experiências mais autênticas da região.

A vibe é de estar visitando a casa de alguém e é justamente esse acolhimento que faz a visita valer tanto a pena.

Lá você pode degustar até 20 tipos de vinhos caseiros, dos secos aos doces, servidos de forma típica, com petiscos regionais e doces artesanais. Tudo isso em uma varanda com vista linda para os vinhedos.

O local também tem um pequeno restaurante com pratos típicos tarijeños, ideal para um almoço entre vinícolas.

Se você gosta de história e quer entender como tudo começou, a Casa Vieja é uma parada obrigatória.

Até o site oficial da Casa Vieja é antigo, com cara de internet dos anos 2000. Mas faz parte do charme.

Outras Vinícolas em Tarija para visitar

Tarija tem cerca de 25 vinícolas ativas, desde grandes produtoras até bodegas familiares.

Se quiser montar um roteiro mais completo, aqui vão outras sugestões:

• Bodega Magnus
• Bodega Cepas del Valle
• Bodega Kuhlmann
• Bodega Los Parrales
  

Importante: entre em contato com as vinícolas antes da viagem para verificar disponibilidade e agendar sua visita.

Algumas fecham em determinados períodos ou reduzem os tours fora da alta temporada.

Se quiser ajuda para montar seu roteiro com as principais vinícolas da região, é só falar com a W Mundo.

Nossa agência é especializada em viagens de enoturismo e pode cuidar de tudo para você, transporte, agendamentos e experiências personalizadas.

Qual a melhor época para viajar para Tarija?

Pode parecer meio piegas, mas a verdade é que dá pra visitar Tarija o ano inteiro.

Março, no entanto, é um mês especial por conta da Festa da Vindima Chapaca.

No início do mês, acontece no Vale da Concepción a tradicional festa da colheita da uva, com eventos culturais, apresentações musicais, eleição da rainha da vendimia e, claro, muita degustação de uvas, vinhos e singani.

A celebração é uma homenagem à tradição vitivinícola tarijeña e proporciona uma experiência única para quem visita a região nessa época.

Fora da vindima, outro período muito legal para explorar as vinícolas é entre julho e agosto, meses de inverno na Bolívia, com clima seco, ensolarado e temperaturas amenas.

Só um cuidado: evite viajar em feriados prolongados sem reserva, porque o turismo em Tarija está crescendo e pode ser difícil conseguir vaga nas visitas guiadas se deixar para a última hora.

Como chegar em Tarija?

A melhor forma de chegar em Tarija é de avião, pelo Aeroporto Oriel Lea Plaza (TJA).

Ele recebe voos diários de La Paz, Santa Cruz de la Sierra e Cochabamba, operados pelas companhias locais BoA e EcoJet.

Ou seja, ao sair do Brasil, você precisa fazer conexão em uma dessas cidades para então seguir até Tarija.

Se estiver viajando no modo econômico, também há ônibus rodoviários partindo de La Paz e Sucre (com empresas como Expreso La Paz e Expreso del Sur).

A viagem é mais longa, mas pode ser uma alternativa viável se você tiver tempo.

Outra possibilidade interessante é a conexão rodoviária com a Argentina: Tarija tem ligação direta com Salta, que fica a aproximadamente 570 km. Isso permite integrar dois roteiros vinícolas em uma única viagem.

Dentro de Tarija, para visitar as vinícolas, é necessário transporte particular, já que as bodegas ficam entre 20 e 30 km do centro.

Dá pra fazer com carro alugado (se você não bebe), táxi ou, o mais confortável, com um tour guiado.

Se quiser facilidade, a W Mundo cuida de tudo pra você:

Passagens, hospedagem, transporte e até os agendamentos nas vinícolas.

Assim, você não precisa quebrar a cabeça tentando entender a logística da região, que pode parecer confusa à primeira vista.

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Bônus: dicas práticas para montar seu roteiro pela Bolívia

Se você chegou até aqui, tenho um presente: um bônus com dicas práticas que fizeram diferença na minha viagem e podem te ajudar a evitar perrengues e curtir muito mais a Bolívia.

Aqui vão algumas recomendações que eu considero essenciais:

• Comece seu roteiro por Santa Cruz de la Sierra ou Cochabamba
  
• Reserve pelo menos 10 a 15 dias para visitar os principais destinos com calma se for rodar pelo país
  
• Leve roupas para todas as estações, o clima muda bastante de uma cidade para outra se for conhecer outras cidades
  
• Leve dólares ou reais em espécie para trocar lá nas casas de câmbio (a cotação é o dobro da diferença)
  
• A altitude pega mesmo, principalmente em La Paz e no Salar de Uyuni, prepare-se com uma certa antecedência
  
• Baixe os mapas no celular para usar offline (o sinal de internet falha em alguns lugares)
  

Essas e muitas outras dicas estão no nosso vídeo completo com tudo que você precisa saber para viajar para a Bolívia.

Dá o play e salva para assistir antes da sua viagem:

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Dúvidas frequentes sobre Tarija e a Bolívia

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Gostou de conhecer algumas das vinícolas em Tarija?

Espero que esse conteúdo tenha te ajudado a quebrar alguns mitos sobre a Bolívia e, quem sabe, despertado a vontade de colocar Tarija no seu roteiro, com seus vinhos incríveis, paisagens lindas e experiências incomuns.

Se ficou com alguma dúvida ou quiser compartilhar sua experiência, deixe um comentário aqui na página ou me manda uma mensagem lá no Instagram.

Quer conhecer mais sobre Bolívia?

Confira outros conteúdos que podem te ajudar no planejamento da sua viagem:

🔗 Guia básico para viajar pela Bolívia.

🔗 Cidades para conhecer este ano na Bolívia.

🔗 As comidas típicas que valem a pena prova na Bolívia.

E se quiser ver na prática como é viajar por lá, dá uma olhada nessa playlist com nossos vídeos pela Bolívia:

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