Durante o planejamento da minha primeira viagem ao Uruguai, encontrei algumas indicações para conhecer algumas bodegas por lá — que a gente chama de vinícolas no Brasil.
A primeira que agendamos foi uma das mais conhecidas do país: a Bodega Bouza.
Ela fica bem próxima de Montevidéu, o que facilitou muito nosso deslocamento.
Por isso, incluímos no roteiro uma visita para conhecer o lugar e degustar os vinhos da casa.
Neste post, vou compartilhar como foi nossa experiência na Bouza: desde o transporte, o tour pela bodega, até a degustação com harmonização.
Assim, você já tem uma ideia de como é o passeio e pode decidir se vale a pena incluir no seu roteiro também.
Visita na Bodega Bouza e na sua garagem museu
Talvez para os amantes de carros antigos a visita ainda seja ainda mais interessante, já que o lugar onde acontece as degustações é justamente em um lugar chamado “Garagem“.
E aqui você descobre porque o lugar é tão interessante e legal de se conhecer.
Uma breve história da Bodega Bouza
Como toda visita começa com uma apresentação da bodega, nada melhor do que trazer um resumo pra você já chegar por dentro.
A Bouza é uma das bodegas mais jovens do Uruguai.
Foi criada em 2002 por uma família de origem espanhola que comprou uma antiga vinícola que já existia no local.
A primeira safra saiu em 2003, e durante a visita guiada você poderá conhecer até a adega onde os vinhos são produzidos e armazenados.
Apesar de nova, a Bouza é considerada uma das principais vinícolas do país, ao lado da famosa Bodega Garzón.
Segundo nosso guia, eles produzem cerca de 160 mil garrafas por ano.
Os vinhedos da Bouza estão espalhados por diferentes regiões do Uruguai: Canelones, Melilla, Pan de Azúcar e Costa de Maldonado.
As uvas cultivadas por lá são:
- Tannat
- Merlot
- Tempranillo
- Pinot Noir
- Albariño
- Riesling
- Chardonnay
E caso você ainda não saiba: o Tannat é a uva mais importante do Uruguai. Ela representa cerca de 44% dos vinhedos do país. Isso porque se adaptou super bem ao clima local.
Por isso, o Tannat uruguaio é bastante premiado e tem características diferentes se comparado a regiões como Mendoza, na Argentina, ou Santiago, no Chile.
E onde fica a Bodega Bouza?
Ela está localizada bem próxima de Montevidéu, o que facilita muito pra quem está visitando a capital, mesmo que seja uma conexão curta.
✅ Minha dica:
Se estiver em Montevidéu, agende seu passeio com antecedência. Assim, você consegue se planejar melhor e evita o risco de não encontrar datas disponíveis durante a sua viagem.
A bodega trabalha com horários de visita pré-definidos, então é sempre melhor reservar antes do que tentar aparecer por lá sem agendamento.
Ela fica a aproximadamente 25 km do centro de Montevidéu, o que dá uns 40 minutos de carro.
Você pode chegar até lá de táxi, Uber, Cabify ou com o transporte oferecido pela própria Bodega — foi assim que fizemos e funcionou super bem.
Só um detalhe importante: se for usar Uber ou Cabify, já deixe o retorno agendado no aplicativo, porque pode ser difícil encontrar um carro disponível por lá na hora de voltar.
Na dúvida, é melhor contratar o transporte da Bouza, que vale a pena.
E como fomos para a Bodega Bouza?
Cerca de um mês antes da nossa viagem ao Uruguai, já deixamos nossa visita à Bouza reservada, já que é um dos passeios mais disputados das bodegas do país.
Mas diferente de outras regiões vinícolas, não é preciso tanta antecedência. Uma ou duas semanas antes da viagem já costuma ser suficiente pra garantir sua vaga.
Um dia antes do passeio, a equipe da Bouza entrou em contato oferecendo o transporte oficial da bodega, e aceitamos. O valor era justo e valia a comodidade.
No dia e horário combinados, a van nos buscou no antigo Hostel Selina Montevidéu, onde ficamos hospedados nos primeiros dias na cidade.
A van era confortável, o motorista super educado e simpático.
Após buscar outros turistas em diferentes hotéis, seguimos em direção à bodega.
O trajeto total levou cerca de 1h30, justamente porque passamos por vários pontos em Montevidéu e pegamos outros turistas.
Esse é o único ponto negativo do transporte compartilhado: para ficar mais em conta, é preciso passar em vários locais.
Se você prefere mais agilidade, vale a pena considerar contratar um transporte privado.
Chegada à Bodega Bouza e recepção
Assim que chegamos à Bouza, fomos levados até a recepção, um espaço chamado de “Garagem”.
Esse local tem a coleção de carros antigos do dono da bodega, como se fosse um pequeno museu automotivo. Tem modelos bem interessantes e vale a visita, mesmo que rápida.
É também na Garagem que acontece a degustação dos vinhos. Mas antes disso, passamos na recepção para confirmar o tipo de degustação que cada pessoa faria.
A experiência que escolhemos foi a visita guiada com degustação e harmonização.
Esse tipo de experiência consiste em comer alguns “tapas” e algumas comidas pequenas para harmonizar com os 4 vinhos que vai degustar durante a visita.
Depois de tudo acertado, seguimos com um guia para começar o tour pela bodega, passando pelos vinhedos, conhecendo os processos de produção e ouvindo um pouco da história da família Bouza.
Bem frente à Garagem há um vagão de trem que é bem legal de conhecer e no dia que visitei estava fechado, parecia que estava reformando para ser um ambiente adicional à bodega.
Como é a visita guiada na Bouza?
A visita guiada foi, pra ser sincero, é bem básica.
O nosso guia parecia ser um estagiário. Dava pra perceber que ele tinha decorado as informações principais, mas não tinha muita profundidade sobre o assunto.
Quando fazíamos perguntas fora do roteiro, ele dizia que iria verificar com a equipe — mas nunca retornava com as respostas.
Uma das dúvidas que ficou sem resposta foi sobre o significado de “Tannat de Corte“, presente em algumas garrafas da Bouza que vimos em alguns mercados de Montevidéu.
Seguimos o tour passando pelos vinhedos e depois fomos até o galpão de produção. Esse espaço também não trouxe grandes explicações. Era um galpão simples, onde acontece a vinificação.
O ponto alto da visita, pra mim, foi conhecer a adega da família Bouza.
Ela fica dentro do galpão e guarda vinhos especiais da casa, além de vinhos em processo de envelhecimento.
Outro ponto bem legal são os diversos bichinhos que ficam soltos pela Bodega, alguns gansos, vários pássaros e um gatinho muito gostoso que nos acompanhou durante nossa caminhada durante a visita.
Como é a degustação com harmonização da Bouza?
Aqui está o verdadeiro destaque da visita!
A degustação com harmonização foi, sem dúvida, a parte mais especial da experiência.
O serviço é impecável. A sommelier explica cada vinho com muito detalhe: suas características, os aromas e sabores que podemos perceber, e o motivo daquela harmonização com o prato servido.
Alguns vinhos ela até orientava a dar uma mordida no petisco antes de provar, pra destacar ainda mais as notas do vinho. Isso fez toda a diferença na experiência.
Gostei de vários vinhos, mas um em especial me conquistou: o “Monte Vide Eu”, o rótulo top da vinícola.
O nome é uma homenagem à cidade de Montevidéu. É um blend de Tannat, Merlot e Tempranillo, produzido com uvas do sul do país.
A proporção de cada uva muda a cada safra, dependendo do clima e das condições do ano, mas o Tannat sempre predomina, com cerca de 50%.
E alguns seguidores já me falaram que não curtem o Tannat, mas vai por mim, esse é diferenciado, vale a pena experimentar.
E almoçar na Bodega Bouza, vale a pena?
Sim! Se você puder, recomendo escolher a experiência com almoço.
Depois de participar da degustação, fiquei com a sensação de que teria sido ainda melhor com o almoço harmonizado, como já fizemos em outra vinícola do Uruguai, a Bodega Pizzorno.
Me arrependi de não ter incluído o almoço dessa vez. Fica aí a dica pra você não cometer o mesmo erro!
Quanto custa a experiência na Bouza?
Na época da nossa visita, pagamos cerca de R$ 270,00 por pessoa na experiência com degustação.
Hoje, os valores já subiram um pouco. Atualmente, a experiência com degustação está por volta de R$ 385,00 por pessoa.
Já o almoço harmonizado está custando cerca de R$ 710,00 por pessoa. Alguns seguidores que fizeram essa opção garantem que vale cada centavo.
Na minha próxima vez em Montevidéu, vou incluir esse almoço com certeza — e depois venho aqui atualizar esse post com a nova experiência.
Como pagamos a Bodega Bouza?
Usamos o cartão da Wise para pagar a experiência.
Durante a viagem, a gente costuma usar tanto a conta multimoeda da Wise quanto o cartão da Nomad.
Ter dois cartões é sempre uma boa ideia. Se um apresentar problema, o outro está ali como backup.
Não recomendo usar o cartão de crédito brasileiro, porque além da conversão ser pelo dólar turismo, ainda tem a incidência do IOF de 4,38%, o que encarece bastante a compra.
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Como contratar a experiência na Bouza?
Existem 3 formas principais de reservar sua visita na Bodega Bouza:
1. Agendar com a nossa agência de viagens personalizadas
Se quiser facilidade e praticidade, você pode entrar em contato com a nossa agência.
A gente faz o agendamento pra você e, se quiser, montamos todo o roteiro com base nas melhores experiências de Montevidéu.
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2. Reservar pela plataforma Civitatis
A Civitatis é uma plataforma confiável com várias opções de experiências na Bodega Bouza. Lá você pode ver avaliações de outros viajantes e escolher a que mais combina com você.
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3. Falar diretamente com a Bouza pelo Instagram
Essa opção exige um pouco mais de paciência e espanhol, mas você pode entrar em contato diretamente com a equipe da Bouza pelo Instagram e fazer o agendamento por lá.
Final da visita na Bodega Bouza
No final da visita, você ainda pode ficar mais um tempinho por lá e, se quiser, experimentar novamente algum vinho que tenha gostado durante a degustação.
Claro que eu escolhi o meu preferido: o Monte Vide Eu.
Só não trouxe uma garrafa pra casa por conta do preço… mas já está nos meus planos voltar e garantir uma pra colocar na minha adega o quanto antes.
Vale a pena visitar a Bodega Bouza?
Sim, sem dúvidas!
Apesar da visita guiada ter sido bem simples (e eu ter criado uma expectativa alta demais), ainda assim é uma experiência que vale muito a pena.
Confesso que algumas semanas antes dessa viagem eu tinha voltado de Mendoza, onde visitei bodegas incríveis, então acabei comparando — o que não é muito justo.
Se for a sua primeira vez visitando uma vinícola, é bem provável que você goste bastante da experiência.
No geral, a Bouza tem seus pontos fortes, como a degustação harmonizada e os vinhos produzidos com cuidado.
E claro: vale muito a pena levar alguns vinhos pra casa.
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